A Associação Ambientalista Copaíba, afiliada a RMA - Rede de ONGS da Mata Atlântica, assinou no último dia 12, junto de outras 64 Ongs, um manifesto contra a reavaliação de uma portaria (Listas das Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção - Portarias 444 e 445) que poderá remover da lista de preservação, espécies ameaçadas de extinção e muito importantes para a Mata Atlântica.

A portaria publicada em Dezembro proibiu, durante dois anos, a captura, transporte, manejo, armazenamento e comercialização de 475 espécies de peixes ameaçados de extinção, entre eles peixes muito comercializados como a garoupa, badejos, tubarões e raias.

“Várias destas espécies têm status comprovado como criticamente ameaçados, como o tubarão martelo, cação viola, entre outros” – afirma José Truda, colunista do ECO e coordenador da camapnha Divers for Sharks.

O manifesto questiona os critérios adotados para a revisão da lista, o compromisso desta com a preservação das espécies e a legitimidade da necessidade de reavaliação, visto que comprovadamente não se reflete de forma íntegra a realidade.

A RMA se posicionou contra a revisão da lista, propondo que o grupo de trabalho destacado para a revisão apresente recomendações para garantir que a comunidade tenha acesso a informação e a garantia de participação no próximo processo de revisão, em 2016.

A Copaíba, assim como as demais ONGs que participaram do manifesto, entendem que o interesse econômico da indústria pesqueira não pode se sobrepor à preservação da vida, ainda mais em se tratando de um bioma tão ameaçado quanto a Mata Atlântica. Da mesma forma, defende que o grupo de trabalho apresente sugestões para minimizar eventuais perdas econômicas que comprovadamente sejam decorrentes da adoção da lista e pede atenção especial às comunidades pesqueiras que praticam a pesca artesanal.

O manifesto foi assinado e encaminhado para a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, esperando-se que não haja recuos na defesa das espécies, o que seria um desserviço para o meio ambiente.